Gestação e fitoterápicos

Estava lendo um artigo e resolvi dividir com vocês mamães ou futuras mamães estas informações, pois quem aqui nunca tomou um chá para curar um mal estar, uma dor?! Pois bem, abram o olho, nem tudo que é natural é inofensivo!!


A utilização de plantas com fins medicinais é das formas mais antigas de medicina da humanidade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 65 a 80% da população mundial faz uso de plantas/fitoterápicos, principalmente em países em desenvolvimento.
No Brasil, o uso de plantas medicinais é amplamente difundido (principalmente plantas de fundo de quintal) e a maior parte dos fitoterápicos comercializados é de venda sem prescrição médica.
Raramente a população informa o uso aos profissionais da saúde. Um dos principais problemas da utilização destes produtos é a crença de que por serem “naturais”são produtos isentos de efeitos tóxicos/colaterais, incentivando o seu consumo inclusive por gestantes e lactantes
A utilização de alguns chás durante a gestação ou lactação pode ocasionar estimulo de contração uterina podendo levar a partos prematuro. Problemas de constipação são muito comuns em mulheres grávidas, podendo afetar até 38% das pacientes nesta condição, o que faz com que muitas gestantes busquem uma ajuda “natural” para solucionar o problema.

Algumas espécies vegetais são potencialmente perigosas na gravidez, especialmente aquelas que contém antraquinonas , classificadas como laxantes estimulantes, tais como: sene (Senna alexandrina Mill – Fabaceae), cáscara (Rhamnus purshiana DC. – Rhamnaceae), frângula (Rhamnus fran¬gula L. – Rhamnaceae), ruibarbo (Rheum L. – Polygonaceae) e aloe (Aloe L. – Asphodelaceae).
Produtos que possuem antraquinonas na sua composição devem ser evitados durante a gravidez, principalmente, no primeiro trimestre, período em que podem acontecer malformações em períodos curtos de exposição as antraquinonas. As mesmas, podem passar para o leite materno e causar efeitos indesejáveis, como espasmos e cólicas, no bebê.
Um dos principais problemas que as mulheres grávidas buscam solucionar quando iniciam um tratamento com produtos de origem vegetal é o enjôo matinal. O gengibre (Zingiber officinale Roscoe – Zingiberaceae) é utilizado há séculos pela medicina tradicional chinesa para aliviar enjôos matutinos em mulheres grávidas. Existem estudos que comprovam sua eficácia no tratamento de náuseas e vômitos na gravidez. Esta planta é aprovada para o uso na prevenção de enjôos do movimento (cinetose), na dose de 2g/dia (WHO, 1999), mas deve ser evitada por mulheres utilizando anticoagulantes ou em período próximo ao do trabalho de parto.
A cafeína está presente nas sementes de Coffea arabica L. – Rubiaceae e é a substância estimulante mais consumida no mundo. Estima-se que cerca de 75% das mulheres grávidas consomem bebidas contendo cafeína. Incluem-se neste grupo, além da Coffea arabica L., outras plantas que contém cafeína, como outras espécies de Coffea, erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil. – Aquifoliaceae), chá-preto e chá-verde (Camellia sinensis (L.) Kuntze – Theaceae), cola (Cola nitida Schott & Endl. – Sterculiaceae) e guaraná (Paullinia cupana Kunth – Sapindaceae).
Diversos estudos relacionam o consumo de cafeína no período pré-natal com danos observados em fetos. A cafeína atravessa a barreira placentária, diminui o fluxo sangüíneo para a placenta e é metabolizada mais lentamente por mulheres grávidas do que pelas não grávidas. Mulheres grávidas não devem ingerir mais de 100ml de café preto por dia.
A principal orientação para as mulheres grávidas é não utilizar qualquer medicamento, seja ele de origem vegetal ou não, sem o conhecimento prévio do seu médico e/ou nutricionista.

Relação de fitoterápicos que não devem ser consumidos por gestantes:
Babosa, Arnica, Uva-ursi, Carqueja, Sena, Quina verdadeira, Boldo, Cavalinha, Efedra, Fucus, Hibisco, Hipérico, Noz-moscada, Romã, Agoniada, Cáscara sagrada, Arruda, Cardo-Mariano.

Fontes:
Secretaria de estado da saúde do Rio de Janeiro: http://www.saude.rj.gov.br/GUIASUS/pg_79.shtml
Revista Brasileira de Nutrição Funcional : Fitoterapia na Gestação: conceitos, reações adversas e contra-indicações